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Archive for outubro \30\-03:00 2008

Raul Seixas

Alguém, algum dia, (uma pessoa que eu amava demais), me disse que “Raul Seixas é uma m.” (ei, pode falar “merda” aqui no blog?). Como eu amava muito, acreditei. Todo mundo conhece Raul Seixas, não vou falar nada dele aqui. Estava apenas ouvindo (não sei porque cargas d´água) a música “Ouro de Tolo” e me saltou à mente o trecho em que ele diz: “porque foi tão fácil conseguir e agora eu me pergunto: e daí? Eu tenho uma porção de coisas grandes a conquistar e não posso ficar aqui parado!”. Então percebi que Raul Seixas é bom e amar demais pode ser ruim. O negócio é não ficar parado.

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Cidade grande…

Queria já há algum tempo postar umas historietas do Liniers… acho ele genial!

É argentino, pra continuar no clima de correspondente internacional.

Gostam?

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The NY Times em campanha!

Ahhh, gente, não agüentei.

“manter nossa água limpa e nossos brinquedos seguros”.

brinquedos seguros?

Pra entender, clique aqui

PS: E essa história de imprensa neutra apolítica apartidária e com baixo teor de gordura trans?

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“Enquanto houver garrafa
Enquanto houver barril
Presente está a turma do funil”

Um antigo companheiro me falava por estes dias que está de “ressaca eleitoral”. De fato, a embriaguez das eleições não é nenhuma novidade. A bebedeira de esperança em conseguir um instrumento de diálogo e suporte à luta do partido e dos movimentos sociais populares não é coisa de adolescente que se aventura em seus primeiros porres. O que vimos novamente nessas eleições foi o tremer de mãos de um velho alcólatra, que perde seu salário mínimo no buteco, assim que o recebe. E bêbado que é bêbado tem sempre sua jusificativa, com voz distorcida e hálito etílico. Bêbo por que a vida é assim. Bêbo por que a vida é (e sempre foi) dura. Ainda bem que temos a bebida, pelo menos algo nos dá alegria. Sim. Ainda bem que a ditadura acabou e chegou a democracia. Vamos beber de alegria para ficarmos alegres.

Mas o que não deixa ninguém feliz é o dia seguinte. Aí, vemos militantes chorando as pitangas, num discurso torto de que pelo menos pudemos fazer um bom debate, porque é na eleição que se discute política em algum momento na vida. Ótimo. Talvez alguns grupos tenham crescido em alguns militantes, empolgados com a beleza do meta-discurso da campanha pobre, limpinha e coletiva, que é bonito, mas não diz nada. Não diz o que pensa sobre o fato de que as últimas legislaturas de esquerda tiveram um diálogo que não cresceu como poderia nos bairros e dividiu bastante o interior do partido (PSOL) com o poder do dinheiro. Não ouvi um piu sobre isso e sei exatamente porque. Porque tava todo mundo falando de coisas bonitas… da beleza romantica que é acordar as 5h da manhã para colocar banners pelos postes da cidade. É o discurso da redenção pelo sacrifício, esperança de quem não espera nada muito concreto, além de existir como grupo. E quando falo de concreto, não falo de propostas, mas de organização. Não é para resolver os problemas da cidade. É para resolver os problemas da própria organização dos trabalhadores, que precisa de concretude. Precisa de organização transparente e eficiente, senão vai ver só a sola dos sapatos da história.

(Denis)

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público e privado

será, meu deus?
será que vou fazer parte da história?
será?

as futuras gerações, será(?),
me verão em tons sépia
carregando sacos de dinheiro
entre cenas de homens
cortando o céu
em quedas totais
no chão
eu, e uma multidão,
assolada,
sendo filmada
para que entendam
os da futura geração
porque é que agora
tudo aconteceu
como sempre
aconteceu

ah, meu deus
tu que és
minha imagem
e semelhança
diga se há no mundo
alguém tão importante
quanto eu!

(Denis (mas esse lance de assinar me incomoda! :))

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Universidade pra que?

Dando continuidade a nossa miscelânea, escrevo hoje sobre uma assunto não muito novidade, mas que mereceria uma bela manchete!

Já ouviram falar da Universidade Federal da Mesorregião Sul e Grande Fronteira? Pois bem, ela irá existir em breve e me parece algo bem interessante de se conhecer…

Copiando informações aleatórias da minha brilhante busca no Google:

“A Mesorregião Grande Fronteira do Mercosul abrange o Norte do Rio Grande do Sul, o Oeste de Santa Catarina e o Sudoeste do Paraná. Ela localiza-se em área de fronteira com a Argentina e compreende 396 municípios, sendo 42 no Sudoeste, 131 em Santa Catarina e 223 no Rio Grande do Sul.”

“A solicitação inicial para realização da audiência (para formar a universidade) partiu do Movimento Pró-Universidade Pública e Popular, que representa movimentos sociais e instituições da sociedade civil organizada.”

Bueno, “mesmo possuindo um quarto do território do Sul do Brasil, o Produto Interno Bruto (PIB) da mesorregião representa apenas um pouco mais de 10% do total. Já o PIB per capita, é 40% menor do que o restante da região Sul.”

E parece que o movimento está dando resultado… o Projeto de Lei 2199/07 que cria a Universidade Federal da Mesorregião Grande Fronteira do Mercosul foi assinado pelo nosso querido (?) Lula.

Agora falta acompanhar as notícias pra saber se será mais uma universidade que vai se apoiar na maior balela do mundo “mais ciência gera mais tecnologia que gera desenvolvimento econômico que gera desenvolvimento social” ou se teremos uma novidade: uma universidade a serviço dos movimentos sociais…

Aguardo cenas do próximo capítulo. Quem tiver, por favor, nos informe.

(Lais)

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A invenção

No começo era o nada. Daí o homem inventou a palavra e disse “homem” e disse “palavra”. Transformaram-se assim – ele e as palavras que acabara de inventar – em objetos deles mesmos. Mas isso foi só uma conseqüência. Ele não criou a palavra para falar da “palavra”. A linguagem não surgiu para ela mesma, não se prende às próprias entranhas. Acontece que no ato de sua criação, o homem não estava só. Havia, sim, um grande perigo: o homem! O homem, quando viu o homem, tomou-se de espanto: ele mesmo ali, fora de sí, misturado à natureza, que até então o ameaçara com seus ímpetos e imposições. Eis a maravilha e o terror daquele momento: se matasse a nova ameaça, matava a si mesmo. Nem os monstros invencíveis do Jaspion causaram tanto alvoroço. Assim foi que o homem se escondeu atrás de uma moita e, flertando por dias com aquele incrível perigo que do longe se aproximava, chegou a uma conclusão: teria de enfrentá-lo com todas as suas armas de modo a dominá-lo. Dessa forma, porém, dominaria a si mesmo, já que o homem era o homem. Pensava entretanto que talvez fosse aquilo um mau menor: cair no abismo aparentemente infindável à encontrar, tão precocemente e por sí mesmo, o único modo que conhecia para viver: a morte. Mas, para além das reflexões do homem, como íamos dizendo, ele precisaria de todas as suas armas. E como ainda não existia bala de borracha na época, ele pensou: “puxa, sempre que eu emito sons articulados pelo trato vocal, os animais se assustam ou descobrem minha presença”. Pensou também que este era um recurso muito útil quando disputava uma caça ou alguma outra coisa que o satisfizesse em suas necessidades. Expunha-se simultaneamente, porém, ao perigo de morte. O mesmo com o qual agora se encontrava em sua faceta mais terrível. O homem se aproximava dele mesmo e era preciso pensar rápido. Pensou mais um pouco e lembrou-se que os animais outros também faziam barulho e que estes causavam os mesmos efeitos que os seus. Estavam já face a face, quando o estalo se fez: se possuísse o poder do barulho poderia assustar o adversário e, se desse ao adversário o poder do barulho, poderia sempre saber onde ele anda, para melhor dominá-lo. Seu último pensamento, antes que a a história fique longa, foi o de que o único modo de dominar o barulho (para dominar o homem) seria transformá-lo em igual. Fez-se então! Quando olhava já nos olhos do outro ser, exclamou de sopetão: “Eu!”. E desde então, para todos os outros homens que olha, o homem diz este mesmo barulho que o liberta, aprisiona e dá poder. Homem e palavra tornaram-se objetos dos homens e das palavras.

até aqui tudo perfeitamente justificável (pelo próprio homem)

ocorre-me que o implausível dessa história é que, muito tempo depois, mesmo quando o homem já não precisava caçar para se satisfazer (e quando mesmo dizia bem se conhecer), continuou usando do mesmo modo a mesma arma, que na verdade não é arma, mas um carma de própria invenção.

(Denis)

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La murga!

Hoje fui em um parque só pelo fato do dia estar lindo… pensei: em uma cidade como essa, cheia de ótimos espaços públicos, não vou ficar em casa. Pois bem, parece que eu acertei no pensamento. Cheguei no Parque Centenário e estava a maior balada! E tudo aquilo parecia absolutamente cotidiano… música, feira (o povo leva o que tem em casa pra vender), famílias, jovens descoladíssimos, batuque, gente fazendo tecido, jogando pedra nos pobres patinhos do lago e por aí vai. Claro que com toda essa movimentação o livrinho que levei não teve muita utilidade…

Mas de tudo o que vi, o que mais gostei foi uma dança que depois descobri que chama Murga. É uma mistura (aos meus olhos) de break com maracatu. Tem um passo que é dar um super chute no ar, sempre em uma marcação específica da música. Achei uma loucura! Nos vídeos que achei na internet o povo está fantasiado e parece uma dança bem tradicional. Mas no parque só tinha maluco dançando: dreads no cabelo, todo mundo de all star colorido, tatuagens e malabarismo no meio da dança. Mas tudo ensaiado (não era só chegar e dançar, era tipo uma apresentação). Tudo isso na maior batucada!

A wikipedia ensina um monte de coisa pra gente e o youtube outras, se quiserem saber mais…

Espaço público aqui é… público. E muito bem aproveitado!

Lais

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Cuidado com a marreta.

cuidado com a marreta.

Post rápido pra mudar um pouco de assunto e tornar esse blog um pouco mais interativo (e público).

Tirei essa foto aqui em Bs As, em uma esquina qualquer.

Qual é a mansagem?

Alguém se habilita a dar o primeiro chute?


Lais (blogcoletivocomassinaturapranãoconfundir)

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É tudo verdade?

Post rápido, dia cansado. Já que o tema é cinema, o que me interessa agora é documentário. (Aliás, cansado por conta da oficina de produção de documentário na Mostra de Curtas de Campinas). Então uma discussão que sempre sai no meio cinematográfico é em relação à verdade. “Documentário é verdade”. Mentira. Até porque documentário é cinema e, cinema é algo que se resignifica ao longo da história. Imagine a sensação de quem assistiu ao primeiro filme da história e a de quem assiste ao mesmo filme hoje. As mesmas imagens significam de forma diferente ao longo do tempo. Mas não fujamos. O tema é documentários e, como eu ia dizendo, documentário não é verdade. Fica mais fácil talvez se compararmos documentário à ficção. Assim como na ficção, não é muito produtivo falarmos de verdade ou mentira na articulaçao de idéias a respeito de uma determinada realidade. A realidade existe e está em transformação. O documentário existe na realidade (e portanto em transformação histórica, como eu disse anteriormente). A questão é que na ficção o mundo sobre o qual se diz verdades ou mentiras é um mundo inventado. No documentário, não: o mundo é o mundo real. Mas aí, você me diria, e se eu faço o cara repetir a mesma fala trinta vezes porque não consegui a melhor iluminação? Bem, continua sendo documentário. E há uma série de perguntas desse gênero que podem ser feitas (várias dessas perguntas estão no livro “Mas afinal… o que é documentário?”, Fernão Pessoa Ramos (bem que ele podia se chamar Fernão Capelo Gaivota hehehe)). Mas estas perguntas não quero e não posso aqui desenvolver. A questão central do que queria dizer é que documentário é um gênero do cinema e tem uma formatação construída históricamente. Então, se o cara repete trinta vezes a mesma fala (como no documentário Santiago, por exemplo), mas é um personagem real, o filme é um documentário. então repito: o documentário faz asserções (sic) sobre o mundo real. Essas asserções podem ser verdadeiras, falsas, parciais, propagandísticas, amplas, inúteis, malintensionadas, caridosas, podem ser do terceiro setor ou financiadas pelo empreendedorismo do capital. A questão não é essa. Documentário é documentário, verdade é outra coisa.

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