(o vídeo vale só pelo áudio… não achei nada melhor).
“Operário por mais de 15 anos da Fábrica de Juiz de Fora, em que trabalhava como torneiro mecânico, Armando Fernandes Aguiar sempre esteve ligado a bumbos, pandeiros, cuícas e tamborins e compunha uma série de sambas-enredos para agremiações (…). Não sabia tocar instrumento algum, mas era um letrista e melodista de primeira linhagem.”
Diz ele: “No começo daquele ano, eu estava sentindo que alguma coisa forte, marcante, me rodava a idéia. Frases, trechos de melodias. Aos poucos, como é a minha maneira, fui firmando os pedaços.”
(Clara Nunes: Guerreira da Utopia. Vagner Fernandes, Ediouro, 2007).
Dei um aperto de saudade
No meu tamborim
Molhei o pano da cuíca
Com as minhas lágrimas
Dei meu tempo de espera
Para a marcação e cantei
A minha vida na avenida sem empolgação
Dei um aperto de saudade
No meu tamborim
Molhei o pano da cuíca
Com as minhas lágrimas
Dei meu tempo de espera
Para a marcação e cantei
A minha vida na avenida sem empolgação
Vai manter a tradição
Vai meu bloco tristeza e pé no chão
Vai manter a tradição
Vai meu bloco tristeza e pé no chão
Fiz o estandarte com as minhas mágoas
Usei como destaque a tua falsidade
Do nosso desacerto fiz meu samba enredo
Do velho som do minha surda dividi meus versos
Vai manter a tradição
Vai meu bloco tristeza e pé no chão
Vai manter a tradição
Vai meu bloco tristeza e pé no chão
Nas platinelas do pandeiro coloquei surdina
Marquei o último ensaio em qualquer esquina
Manchei o verde esperança da nossa bandeira
Marquei o dia do desfile para quarta-feira
Vai manter a tradição
Vai meu bloco tristeza e pé no chão
Vai manter a tradição
Vai meu bloco tristeza e pé no chão
* Tristeza pé no chão é um sucesso lançado, em 1972, na voz de Clara Nunes. A composição é de Armando Fernandes Aguiar, mais conhecido como Mamão.