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Archive for 20 de março de 2009

Tristeza pé no chão

(o vídeo vale só pelo áudio… não achei nada melhor).

“Operário por mais de 15 anos da Fábrica de Juiz de Fora, em que trabalhava como torneiro mecânico, Armando Fernandes Aguiar sempre esteve ligado a bumbos, pandeiros, cuícas e tamborins e compunha uma série de sambas-enredos para agremiações (…). Não sabia tocar instrumento algum, mas era um letrista e melodista de primeira linhagem.”

Diz ele: “No começo daquele ano, eu estava sentindo que alguma coisa forte, marcante, me rodava a idéia. Frases, trechos de melodias. Aos poucos, como é a minha maneira, fui firmando os pedaços.”

(Clara Nunes: Guerreira da Utopia. Vagner Fernandes, Ediouro, 2007).

Dei um aperto de saudade
No meu tamborim
Molhei o pano da cuíca
Com as minhas lágrimas
Dei meu tempo de espera
Para a marcação e cantei
A minha vida na avenida sem empolgação

Dei um aperto de saudade
No meu tamborim
Molhei o pano da cuíca
Com as minhas lágrimas
Dei meu tempo de espera
Para a marcação e cantei
A minha vida na avenida sem empolgação

Vai manter a tradição
Vai meu bloco tristeza e pé no chão
Vai manter a tradição
Vai meu bloco tristeza e pé no chão

Fiz o estandarte com as minhas mágoas
Usei como destaque a tua falsidade
Do nosso desacerto fiz meu samba enredo
Do velho som do minha surda dividi meus versos

Vai manter a tradição
Vai meu bloco tristeza e pé no chão
Vai manter a tradição
Vai meu bloco tristeza e pé no chão

Nas platinelas do pandeiro coloquei surdina
Marquei o último ensaio em qualquer esquina
Manchei o verde esperança da nossa bandeira
Marquei o dia do desfile para quarta-feira

Vai manter a tradição
Vai meu bloco tristeza e pé no chão
Vai manter a tradição
Vai meu bloco tristeza e pé no chão

* Tristeza pé no chão é um sucesso lançado, em 1972, na voz de Clara Nunes. A composição é de Armando Fernandes Aguiar, mais conhecido como Mamão.

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Raiva-tristeza

La lluvia que irriga a los centros del poder imperialista ahoga los vastos suburbios del sistema. Del mismo modo, y simétricamente, el bienestar de nuestras classes dominantes – dominantes hacia dentro, dominadas desde fuera – es la maldicion de nuestras multitudes condenadas a una vida de bestias de carga.”

(Las venas abiertas de América Latina‎, p. 17, Eduardo Galeano, Siglo XXI, 2006).

* Ao ler esse livro sinto um sentimento que não conhecia antes, não dessa maneira, mas que agora se torna cada vez mais freqüente. Não tem um nome, mas se assemelha a uma raiva-tristeza sem fim…

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Raposa Serra do Sol

Pra quem não acompanhou, hoje foi concluído o julgamento da demarcação da Reserva Raposa Serra do Sol. Isso significa que os não índios têm que se pirulitar da área!

Achei um link (no final da página, com o título de “Entenda o conflito na Raposa Serra do Sol”) que tem uma linha do tempo do caso. Dá um pouco de raiva… o final feliz (2009) demarca uma área 300 mil hectares. Porém, a área inicial era de 1,67 milhão de hectares (em 1993), chegou inclusive a ser publicado no Diário Oficial da União.

O STF impôs 19 restrições aos índios. A mais “curiosa” é a de número 17:

17 – É vedada a ampliação da terra indígena já demarcada;

É tipo: “Olha só, dei e dei muito, fica feliz com isso.”

Por hoje dormimos feliz, mas a luta continua!

“Utopia […] ella está en el horizonte. Me acerco dos pasos, ella se aleja dos pasos. Camino diez pasos y el horizonte se corre diez pasos más allá. Por mucho que yo camine, nunca la alcanzaré. Para que sirve la utopia? Para eso sirve: para caminar.”

(Las palabras andantes‎, p. 310, Eduardo Galeano, José Borges, Siglo XXI, 1994)

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